Taxa de desemprego recua, em patamar superior a 14%
Apesar da redução de pessoas sem ocupação, renda média do trabalhador diminuiu em comparação a trimestres anteriores
Foto: Diana Raeder/Esp. CB/D.A Press
A taxa de desocupação do trimestre móvel de abril a junho deste ano recuou 0,6% em comparação ao período entre janeiro e março deste ano. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD), divulgado na manhã desta terça-feira (31/8) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em relação ao mesmo período em 2020, o trimestre divulgado está 0,8 ponto percentual à frente, quando o país registrava 13,3% de desempregados. Apesar da diminuição da taxa no segundo trimestre (14,4 milhões de pessoas), o IBGE afirma que a população desocupada continuou estável no primeiro trimestre do ano (14,8 milhões de pessoas). Em comparação do trimestre encerrado em a março de 2020, o aumento foi de 12,9% (1,7 milhões de pessoas).
A população ocupada (87,8 milhões de pessoas) cresceu 2,5% (mais 2,1 milhões de pessoas) em relação ao trimestre móvel anterior e 5,3% (mais 4,4 milhões de pessoas) frente ao mesmo trimestre de 2020 (83,3 milhões de pessoas ocupadas). O índice da ocupação (percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar), estimado em 49,6%, cresceu 1,2% frente ao trimestre móvel anterior (48,4%) e 1,6 ponto percentual ante igual trimestre de 2020 (47,9%).
A população subutilizada (32,2 milhões de pessoas) diminuiu 3% (menos 993 mil pessoas) frente ao trimestre anterior (33,2 milhões) e ficou estável na comparação anual (31,9 milhões). De acordo com o IBGE, é considerado subutilizado todo aquele que está desempregado, que trabalha menos do que poderia, que não procurou emprego mas estava disponível para trabalhar ou que procurou emprego mas não estava disponível para a vaga.
A população subocupada (pessoas que desejam encontrar uma ocupação alternativa à que possui e nela se engaja) por insuficiência de horas trabalhadas (7,5 milhões de pessoas) é recorde da série histórica, com altas de 7,3% ante o trimestre anterior (511 mil pessoas a mais) e de 34,4% (1,9 milhão de pessoas a mais) frente ao mesmo trimestre de 2020.
Rendimento
No Brasil, o rendimento médio real mensal habitual no 2º trimestre de 2021 foi de R$ 2.515, com redução tanto em relação ao 1º trimestre de 2021 (R$ 2.594) quanto em relação ao mesmo trimestre do ano anterior (R$ 2.693). Entre as unidades da Federação, frente ao trimestre anterior, somente Rio Grande do Sul mostrou variação significativa (-5,2%). Frente ao mesmo trimestre de 2020, oito unidades da Federação tiveram queda, com destaque para Amazonas (-16,4%) e Ceará (-14,1%).
Informais e autônomos em alta
O número de trabalhadores por conta própria (24,8 milhões de pessoas) é recorde na série histórica, com altas de 4,2% (mais 1 milhão de pessoas) ante o trimestre anterior e 14,7% (3,2 milhões de pessoas) na comparação anual. O número de trabalhadores domésticos (5,1 milhões de pessoas) ficou estável no confronto com o trimestre anterior, mas subiu 8,4% (mais 394 mil pessoas) frente a igual período de 2020.
A taxa de informalidade para o Brasil foi de 40,6% da população ocupada. As maiores taxas foram do Pará e do Maranhão, ambos com 60,5%, e as menores, de Santa Catarina (26,9%) e Distrito Federal (30,7%).
Número de pessoas que desistiram de procurar emprego cai
A população fora da força de trabalho, pessoas com potencial para o mercado de trabalho, (74,9 milhões de pessoas) caiu 2,1% (menos 1,6 milhão de pessoas) ante o trimestre anterior e de 3,7% (menos 2,9 milhões de pessoas) na comparação anual. A população desalentada (5,6 milhões de pessoas) caiu 6,5% ante o trimestre anterior (menos 388 mil pessoas) e ficou estável no ano. Já o percentual da população de desalentados na força de trabalho foi de 5,2% e registrou queda caiu 0,4% na comparação com o trimestre anterior (5,6%). População desalentada é aquela que desistiu de procurar emprego.
Carteira assinada tem crescimento estável
O número de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado (excluindo trabalhadores domésticos) foi de 30,2 milhões de pessoas, subindo 2,1% (618 mil pessoas) frente ao trimestre anterior e ficando estável ante o mesmo trimestre de 2020. O número de empregados sem carteira assinada no setor privado (10,0 milhões de pessoas) subiu 3,4% (332 mil pessoas) frente ao trimestre anterior e 16,0% (1,4 milhão de pessoas) no ano.
O número de empregadores (3,8 milhões de pessoas) mostrou estabilidade nas duas comparações. O número de empregados no setor público (11,8 milhões de pessoas), que inclui estatutários e militares, ficou estável frente ao trimestre anterior, mas caiu (menos 539 mil) ante a 2020. A taxa de informalidade foi de 40,6% da população ocupada, ou 35,6 milhões de trabalhadores informais. No trimestre anterior, a taxa havia sido 39,6% e, no mesmo trimestre de 2020, 36,9%.
O rendimento real habitual (R$ 2.515) caiu 3,0% frente ao trimestre anterior e 6,6% frente a igual período de 2020. A massa de rendimento real habitual (R$ 215,5 bilhões) ficou estável em ambas as comparações.
Taxa de desocupação tem queda em quatro UFs
O segundo trimestre de 2021 registrou melhora em comparação ao trimestre anterior em quatro unidades da Federação. O índice de desocupação caiu no Amazonas (-1,9%), Espírito Santo (-1,5%), Rio de Janeiro (-1,5%) e Minas Gerais (-1,3%), com estabilidade nas demais UFs.
Por Correio Braziliense
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