Morte materna teve alta na pandemia e preocupa órgãos de saúde
Indicador não tem queda desde 2015 na América Latina e no Caribe

Foto: Pixabay
Durante a gravidez, muitos medos assombram a gestante. A felicidade de gerar uma vida vem acompanhada com a responsabilidade, que cresce junto com a barriga, e o medo de alguma intercorrência na gestação e até mesmo da morte. Para quem esteve grávida durante a pandemia, este medo aumentou por conta da ameaça do coronavírus, principalmente para quem tinha ou desenvolveu alguma comorbidade na gravidez.
Este domingo (28) é o Dia Nacional de Redução da Mortalidade Materna. A Organização Mundial de Saúde (OMS) aponta que a mortalidade materna é inaceitavelmente alta no mundo. Cerca de 287 mil mulheres morreram durante a gravidez, o parto e no puerpério em 2020. Quase 95% de todas as mortes maternas ocorreram em países de baixa e média renda, e a maioria poderia ter sido evitada.
Entre os países da América Latina e do Caribe, a mortalidade materna aumentou em 15% entre 2016 e 2020, com 8.400 mortes de mulheres a cada ano. Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), "um retrocesso de 20 anos na saúde materna na região", após uma redução de 16,4% entre 1990 e 2015. A meta é menos de 30 mortes maternas por 100 mil nascidos vivos. Hoje são 68 mortes por 100 mil nascidos vivos. A OMS define óbito materno como a morte de uma mulher, ocorrida durante a gestação, parto ou dentro de um período de 42 dias após o término da gestação, por qualquer causa relacionada com a gravidez, não incluídas causas acidentais ou incidentais.
Dados do Painel de Monitoramento da Mortalidade Materna, do Ministério da Saúde, mostram que em 2020, 71.879 mulheres morreram durante a gravidez, o parto ou puerpério no Brasil. Em 2022, dados preliminares mostram que foram 66.862 mortes maternas.
Estudo do Observatório Covid-19 Fiocruz revela que, em 2020, houve alta de óbitos maternos em 40%, quando comparado com números dos anos anteriores. Mesmo considerando a expectativa de aumento das mortes em geral em decorrência da pandemia de covid-19, ainda assim houve um excesso de 14%. A pesquisa, que estimou o aumento de mortes maternas causadas direta e indiretamente pela covid-19 no Brasil no ano de 2020, foi publicada no começo deste ano na revista cientifica BMC Pregnancy and Childbirth.
O estudo identificou as características clínicas e manejo clínico das mulheres grávidas e puérperas atendidas por covid-19. As chances de hospitalização de gestantes com diagnóstico da doença foram 337% maiores. Para as internações em UTI, as chances foram 73% maiores e o uso de suporte ventilatório invasivo 64% acima em relação aos demais pacientes com covid-19, que morreram em 2020.
Por Agência Brasil
Notícias Relacionadas
- Por REDAÇÃO
- 28/03/2025
Anvisa suspende creme dental da Colgate após relatos de reações
Sintomas manifestados ao usar o produto são similares a alergias
- Por REDAÇÃO
- 27/03/2025
SUS vai substituir papanicolau por exame mais sensível ainda este ano
Exame molecular de DNA-HPV para rastreio terá intervalo de cinco anos
- Por REDAÇÃO
- 26/03/2025
Caruaru promove ação especial de vacinação contra HPV neste sábado
Ação busca ampliar a imunização entre adolescentes de 9 a 19 anos, com...
- Por REDAÇÃO
- 25/03/2025
Real Hospital Português oferece atendimentos gratuitos a pacientes com doenças raras
Evento proporciona suporte jurídico, assistência social e informações...
- Por REDAÇÃO
- 24/03/2025
SUS passa a oferecer tratamento inovador de atrofia muscular espinhal
Doença é rara, atingindo menos de 65 pessoas a cada 100 mil indivíduos
- Por REDAÇÃO
- 18/03/2025
Mais Médicos: Saúde anuncia 2,2 mil novas vagas e cadastro reserva
Profissionais irão atender em áreas vulneráveis e de difícil acesso